Oftalmologia
Já há algum tempo que o Francisco é seguido pelo "melhor" oftalmologista para estas crianças aqui em Lisboa. Bom, o melhor não diria, talvez o mais conhecido... Nunca me convenceram, porque desde a primeira consulta que me perguntam "então, o Francisco vê melhor?" ou "o Francisco está a olhar para este objecto ou só está a seguir o som?". Hello!!! Eu vim cá para vocês me dizerem isso!!! Não para me perguntarem se ele vê!!!
Assim, lá fomos procurar um outro oftalmologista "noutra terra", especialista em oftalmologia pediátrica e doenças neurológicas.
E finalmente, obtive algumas respostas. Não obtive resposta às questões essenciais: o Francisco processa a informação que vê? E como processa a informação? Pelos vistos para estas questões não há resposta.
Mas o deu-nos algumas dicas bastante importantes para todo o trabalho diário, seja na escola, a ver televisão, a fazer actividades, na comunicação aumentativa...
Disse-nos que tem uma situação normal para estas crianças que é uma limitação do campo visual inferior, o que significa que só vê o que estiver do seu nariz para cima, excepto se estiver a fazer uma actividade numa mesa em que está a olhar para baixo.
Televisão deve ver no num écran muito grande, a 1 metro de distância no máximo.
Que tudo o que lhe mostramos devemos fazê-lo numa base multisensorial, ou seja, quando se mostra uma objecto deve dar-se sempre a cheirar, tocar e provar. Isto porque se um sentido não reconhecer outro pode reconhecer e assim criam-se conexões cerebrais.
Ao contrário daquilo que pensávamos, a sua foto-sensibilidade não desapareceu. Por isso, para que ele foque melhor deve andar de óculos escuros e chapéu com pala, facilitando-lhe assim a vida quando está na rua!
Deve usar os óculos mas apenas quando está a fazer actividades (isto, para mim, é discutível, mas enfim, eu não sou perita).
Muitas vezes, ao olhar de lado ou a tremer o olho, está a focar e por isso não devemos quebrar esse movimento, e sim mostrar o objecto nesse ângulo...
Bom, dicas úteis, que parecem básicas, mas sem elas vemos que estávamos a fazer tudo mal...
Hoje a sessão de Comunicação Aumentativa já teve por base estes princípios e, coincidência ou não, correu muito bem, sempre com o Francisco a dirigir o olhar para a resposta e muito concentrado. Pois não? antes nada estava no seu alcance de visão! Ignorância é uma coisa muito triste...
E, na continuação do meu último post, não devemos desistir de procurar. Mesmo que vamos metendo o pé na poça, lá vamos encontrando o caminho...
Olá Sara
ResponderEliminarSerá que me podes dar o contacto do médico. Nós somos seguidos em Lisboa por duas especialistas, uma em neuro-oftalmologia e outra em estrabismo, mas até à data ainda tenho muitas duvidas por esclarecer, pelo que gostava de ouvir outra opinião.
Beijinhos