Desistir não é opção

Hoje dei por mim a rever o tema da Educação Condutiva, método diferente, de reabilitação educacional aplicado especificamente a quem tem paralisia cerebral (não explico muito porque também ainda ando a tentar perceber como funciona na prática). Mais uma vez não existe em Portugal, e daí ser um assunto que eu ainda não levei muito a sério...
O Miguel riu-se e pensou "não inventes mais nada, por favor".
E isso fez-me pensar e ter a certeza que mais vale experimentar e não gostar ou não servir, do que estar sempre a pensar no mesmo ou arrepender-me de não ter experimentado, ou simplesmente desistir...
De facto, devemos ter a capacidade de triagem de todas as coisas que lemos ou que outros pais nos dizem. É verdade que não podemos acreditar que "o milagre anda aí, nós é que ainda não o encontrámos". E com isso levar-nos a experimentar tudo e mais alguma coisa e ganharmos mais uma nova esperança e depois frustrarmos-nos.
Mas eu esforço-me por ler, pesquisar, falar com outras mães (e para isso a internet e as redes sociais são os nossos maiores aliados).
Na qualidade de mãe acho que é legitimo querer experimentar coisas novas, ter esperança, ver para crer. 
E por isso já experimentei muita coisa, umas com sucesso e outras não. 
Infelizmente a maior parte sem resultado satisfatório. Acredito que não é porque perdemos o entusiasmo ou porque não nos aplicamos o suficiente. Na realidade, a "situação" é complicada, o Francisco está muito comprometido. Mas não é por vermos que nao serve que devemos desistir de procurar.
O que acho que não é justo é baixarmos os braços e desistir. Dizer "Ah, eu só quero que o meu filho seja feliz"! Para mim isso não chega! Quero a felicidade, sim. Mas tenho a certeza que é tanto mais feliz quantas mais coisas fizer e quanto mais se fizer entender. 
Assumo, sem vergonha que quero sempre mais. E se uma coisa não serve é preciso é saber ver e assumir que não serve e partir para outra... 
Por exemplo, quando procurei o CME, percebi que não era possível continuar a insistir com aquilo que estávamos a fazer. Passaram 4 anos e a evolução física era tão reduzida que sentia que apenas fazia fisioterapia para não criar deformações. E isso para mim não era suficiente, e a frustração começou a tomar conta dos meus sentimentos. Correndo o risco de também não servir mas continuando a querer ver para crer, tive que arranjar uma alternativa de trazer o CME para Portugal. E vejo o meu esforço compensado, com muita pena e arrependimento por não ter seguido o meu instinto há 2 anos atrás. É verdade que não fui a Londres ou a Paris atrás do CME por uma razão maravilhosa (o meu Duarte, que também é meu filho e merece a mesma dedicação). Mas este ano consegui que a terapeuta brasileira Regiane Krakauer Kuhn, especialista em CME, viesse cá,  e que outros terapeutas portugueses se interessassem, e que hoje acreditem no método e nos seus resultados. 
E agora vejo, por exemplo, a fisioterapeuta cubana a ter melhores respostas, já que o CME e a fisioterapia cubana, no caso do Francisco, se complementam.

Isto tudo para dizer que, por muito difíceis que sejam os nossos dias, continuo a achar que "desistir não é opção"!
Sara

Comentários

  1. Olá vc pode ma falar um pouco do G THERAPY??? O QUE VC OUVIU FALAR?? O QUE VC SABE SOBRE ELE.... CONCORDO TOTALMENTE SOBRE SUA COLOCAÇÃO... DESISTIR NÃO É OPÇÃO. PARABÉNS!!!!!!!

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