Ano novo nova escola
Hoje foi um dia BOM!
O Quico mudou de escola e hoje foi o primeiro dia!
À entrada da escola, com um grande frio mas bem quentinho
A integração escolar é um processo muito difícil: é preciso levar todos os materiais, ver se a escola tem rampas, portas com largura suficiente para entrarem as cadeiras, casa-de-banho adaptada, se tem o menu adaptado à sua dieta (sem glúten e lactose, sem arroz e cenoura), se os horários das refeições são de acordo com os seus, se o refeitório não tem barulho demais, se a educadora, auxiliares, pessoal de cozinha e direcção estão alinhados connosco, adaptar as rotinas da turma e materiais escolares. E depois, se o Quico se consegue integrar ou não, como apresentar o Quico aos colegas e ao novo espaço.
Enfim, mil coisas e mais alguma!
E este ano lectivo é a segunda vez que estamos neste processo. Por vários motivos acabámos por sair do anterior colégio, depois de pensarmos em todos os factores.
De maneira que passámos para uma escola pública, temos uma acompanhante, já fizemos reuniões, estamos a adaptar tudo, e lá vamos nós outra vez!
Então, hoje foi o primeiro dia!
Nas primeiras reuniões, senti o normal: resistência por parte de uns, compreensão por parte outros, dinâmicos, facilitadores e "solucionadores" por outros. Tivemos de tudo!
Eu ponho o meu melhor ar, como se o que estivesse a tratar fosse uma mera "questão profissional" e não do meu filho e do ser mais importante da minha vida, e como se não estivesse a perceber o que vai na cabeça de todos! Morro de medo mas ninguém percebe nada e acha que eu sempre fiz aquilo toda a vida!
Tento facilitar o processo a todos. A realidade é que sei que é muito dificil para as pessoas terem uma criança com necessidades especiais.
- Para a educadora que nunca trabalhou com crianças com NEE, que está sozinha na sala com 16 crianças, tinha já todas as rotinas programadas, que só lhe foi comunicado de véspera, é obvio que é aterrador!
- Para a cozinheira, fazer a comida da forma que o Quico consiga se alimentar e não engasgar, é uma responsabilidade grande.
- Para a direcção da escola, que tem que facilitar e promover todas as alterações internamente, seja nos espaços, seja nas pessoas.
- Para a direcção do agrupamento que quer que tudo corra muito bem, que tem que, em última instância, gerir todas pessoas, e sabe perfeitamente as dificuldades que sentimos e só nos quer facilitar a vida, mas também tem que arranjar meios para ter a acompanhante e a auxiliar.
- Para a acompanhante que também para ela é o primeiro dia de escola!
- Para toda a gente que já percebeu que eu sou uma "chata" e que vou andar em cima.
Mas pronto, lá começámos hoje, só por umas horas.
O Quico levou umas Pintarolas e balões para oferecer aos novos colegas! Fez a coroa dos reis, ganhou uma fã que anda ao lado do carrinho de mão dada com ele, e no intervalo todos queriam conduzir o carrinho. Esteve super bem disposto na escola e depois em casa!
Conseguimos os objectivos para o primeiro dia: Quico feliz, meninos não assustados, mãe não em histeria, adultos calmos e tranquilos!
Quico em casa com a sua coroa
Agora, vamos contar com a preciosa ajuda do Régis Nepomuceno, terapeuta ocupacional do Brasil, que em Novembro esteve em Lisboa para nos ajudar no processo de inclusão escolar do Quico. O Régis tem um projecto de inclusão escolar espectacular no Brasil e estamos já a trabalhar para ser implementado em Portugal no próximo ano!
Para já, uma vez que ele avaliou e conhece as capacidades e descapacidades do Quico, ele vai ajudar-nos a adaptar todo o programa escolar e todas as actividades serão feitas num meio integrado com os colegas mas adaptadas às suas capacidades. Depois, cá, serão adaptadas pelos terapeutas, a acompanhante, educadora e educadora de ensino especial.
O Régis e eu
Esperemos que este seja o primeiro dia de um percurso feliz, tranquilo e com aquisições.
Eu esgotei-me no processo de integração no anterior colégio, foi mesmo de uma grande exigência. Espero que este processo seja mais simples e que corra melhor.
Em relação ao Quico, também sinto que esta escola lhe pode dar maior tranquilidade, menos correrias, menos "passagens de mão" e um trabalho mais integrado com os actuais terapeutas.
Viva 2015 cheio de esperança!
Sara
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