E o resto da família?

Para nós, pais, a situação de ter um filho com deficiência já começa a ser mais normal, apesar de todas as adaptações e concessões que têm que ser feitas, de todas as constantes surpresas e indecisões, o cansaço físico e psicológico ou financeiro. 
Após 5 anos até parece que já superámos o choque inicial. Eu ainda não e todos os dias me pergunto como seria se isto não fosse assim ou o que foi que correu mal no caminho para isto ter acontecido.
Mas e para a restante família ou amigos próximos?
Ninguém esperava isto, ter um neto, sobrinho ou filho de amigo com deficiência. Mas muito menos o que isso envolve para o resto da vida.
Há pessoas que têm pena do Quico ou nossa e acham que somos uns coitados.
Outras pessoas assumiram até mais rapidamente que nós. 
Há quem não saiba lidar muito bem com a situação e continua sem saber como falar com o Quico, dar a comida ou brincar. Outros agem com ele como se ele tivesse, em tudo, 5 anos (adoro estes!).
Outros que ficam nervosos com qualquer coisa relacionada com o Quico. 
Há outros que não assumem o seu papel e outros que pensam que fazem tudo melhor que nós.
Há outros que por algum motivo ou outro estão tão distantes, que já nem nos preocupamos em explicar.
Outros há que ao inicio estavam sempre a perguntar pela evolução e que depois viram que até era embaraçoso perguntar por isso. E também há alguns que pura e simplesmente acham um desperdício eu ter deixado de trabalhar, a minha dedicação, o dinheiro que gastamos, ou a procura de soluções.
Enfim, ao longo destes anos já me fui chateando muitas vezes com os vários comportamentos. Mas hoje em dia assumo com naturalidade que cada um é como é, muitos fazem concerteza o melhor que podem ou conseguem, e que realmente é uma situação tão diferente e difícil que cada um tem o direito de pensar e fazer como sente. Porque, acima de tudo estamos a falar de sentimentos e de pessoas que gostam e fazem muito por nós (E quem não o faz, paciência. Só está ao nosso lado quem faz falta e gosta de estar. Aos outros não peço nada).
Sara 

Comentários

  1. Sim, a questão está nas expetativas que nós, inconscientemente criamos nos outros, mas eles são e sempre foram e serão exatamente como são.. e nada mais. Custa atingir esta consciencia, mas mais vale a verdade que temos do que a ilusão que gostariamos de ter.. Esta é tambem a fase que estou a ultrapassar.
    bj

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